Já ouviram os Dona Maria? Não!?!? Asseguro-os que é uma das melhores bandas portuguesas. Tenho andado a ver se descubro como é que se colocam músicas nos blogs mas como sou uma grande “nabiça informática” ainda não descobri. Mas eu chego lá, aguardem-me. (Aceitam-se informações).Como não posso deixar-vos a música, deixo a letra de um tema que considero fantástico, intitulado «Sem Marcha Atrás»… Para reflectir.
O tempo que a gente perde pela vida a correr O tempo que a gente sonha que é chegar e vencer O tempo faz de nós um copo p’ra beber em paz O tempo é um momento para nunca mais
O tempo mesmo agora fez a terra girar O tempo sem demora traz as ondas do mar O tempo que se inventa quando nunca se é capaz O tempo é um carro novo sem a marcha-atrás
Voei p’ra te dizer Sonhei p’ra te esquecer Eu sei não vais parar para eu crescer Eu sei esperei demais
Hoje comemora-se o Dia da Poesia e por isso mesmo é imperativo que edite um post que seja um texto lírico. A escolha não foi fácil temos excelentes poetas e poetisas mas optei por seleccionar um poema lindíssimo de Fernando Pessoa.
Amei-te
Amei-te e por te amar só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar, eras a noite e o dia...
Só quando te perdi é que eu te conheci...
Quando te tinha diante do meu olhar submerso
Não eras minha amante... Eras o Universo...
Agora que te não tenho, és só do teu tamanho.
Estavas-me longe na alma, por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma, que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu vi que não eras eu.
Hoje eu busco-te e choro por te poder achar
Não sequer te namoro, como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu... porque te choro eu?
E hoje pergunto em mim quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo o meu próprio desejo...
Que foi real em nós? Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz o duplo eco risonho
Que unidade tivemos? O que foi que perdemos?
Amamo-nos deveras? Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras a mesma que és...
E finda tudo o que foi o amor; assim quase sem dor.
Sem dor... Um pasmo vago de ter havido amar...
Quase que me embriago de mal poder pensar...
O que mudou e onde? O que é que em nós se esconde?
Adoro este poema de Victor Hugo. E uma vez que hoje se comemora o Dia Internacional da Mulher, achei que fazia todo o sentido editá-lo. É sublime a forma com ele apresenta as diferentes características dos Homens e das Mulheres, apresentando uma visão poética daquilo que cada um deles tem de melhor.
Não entra na chamada «Guerra dos Sexos», não defende a supremacia de um em detrimento do outro, não faz a apologia do ser melhor, ou mais importante.
A leitura que faço do texto em questão é que os Homens são mais racionais, mais lógicos, mais matemáticos, enquanto que as Mulheres mais sensíveis, mais humanas, mais metafóricas.
No entanto, considero que este poema é um hino às Mulheres, como seres especiais e encantadores que somos :o))
Homens: Tratem-nos bem!!!
Homem é a mais elevada das criaturas,
A mulher o mais sublime dos ideais,
Deus fez para o homem um trono, para a mulher, um altar.
O trono exalta, o altar santifica.
O homem é o cérebro, a mulher o coração.
O cérebro fabrica luz, o coração produz o Amor.
A luz fecunda, o Amor ressuscita.
O homem é forte pela razão, a mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher é capaz de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem tem a supremacia, a mulher a preferência.
A supremacia significa a forca, a preferência representa o direito.
O homem é um génio, a mulher um anjo.
O génio é imensurável, o anjo é indefinível.
A aspiração do homem é a suprema gloria.
A aspiração da mulher é a virtude extrema.
A glória tudo engrandece, a virtude tudo diviniza.
O homem é um código, a mulher, um evangelho
O código corrige, o evangelho aperfeiçoa.
O homem pensa, a mulher sonha.
Pensar é ter no crânio uma larva
Sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano, a mulher é um lago.
O oceano tem dominar a pérola que adorna, o lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa, a mulher o rouxinol que canta.
Voar é o espaço, cantar e conquistar a alma.
O homem é um templo, a mulher o sacrário.
Ante o templo nós descobrimos, ante o sacrário nós ajoelhamos.
Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra.
Eugénio de Andrade estava inspiradíssimo quando escreveu este texto, ou então tinha acabado de viver uma tórrida noite de amor. Deixo-vos um poema que transpira erotismo e sensualidade.
Apreciem-no, leiam-no devagar, saboreiem-no, só assim poderão entender o seu sentido, entender todas as metáforas.
Escalar-te lábio a lábio, percorrer-te: eis a cintura o lume breve entre as nádegas e o ventre, o peito, o dorso descer aos flancos, enterrar
os olhos na pedra fresca dos teus olhos, entregar-me poro a poro ao furor da tua boca, esquecer a mão errante na festa ou na fresta
aberta à doce penetração das águas duras, respirar como quem tropeça no escuro, gritar às portas da alegria, da solidão.
porque é terrível subir assim às hastes da loucura, do fogo descer à neve.
abandonar-me agora nas ervas ao orvalho - a glande leve.
Agora que o silêncio é um mar sem ondas, e que nele posso navegar sem rumo, não respondas às urgentes perguntas que te fiz. Deixa-me ser feliz assim, já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto. Só soubemos sofrer enquanto o nosso amor durou. Mas o tempo passou, há calmaria... Não perturbes a paz que me foi dada. Ouvir de novo a tua voz seria matar a sede com água salgada...