Olá meninos (as). Desde Setembro que temia a chegada deste dia e vocês também sabiam que eu estava apenas a substituir a Professora P. e que mais tarde ou mais cedo me iria embora. Estes últimos dias de aulas foram extraordinariamente tristes e difíceis para mim. Deixo para trás uma Escola onde fui bem recebida, despeço-me de colegas e de novos amigos… e o pior de tudo… digo adeus a cada um dos "meus meninos". No meio desta minha angústia, tenho lamentado a profissão que escolhi, tenho-me perguntado se vale a pena tantos sacrifícios por uma profissão que não é minimamente reconhecida ou valorizada, se vale a pena continuar a insistir em concretizar este sonho. Quero pedir desculpa se não correspondi às vossas expectativas, lamentar se não consegui fazer-vos gostar da minha disciplina, se não fui capaz de ensinar como vocês gostariam de aprender. Sei que não agradei a “Gregos e a Troianos”, que vocês não gostaram dos ralhetes que vos dei, mas acreditem, a intenção foi a melhor possível, acima de tudo tentei sensibilizar-vos que vivemos tempos difíceis onde só os melhores triunfam e que se vocês decidirem preguiçar agora, vão pagar uma factura muito cara daqui a uns anos. Eu acredito que a vossa geração fará a diferença, confio na vossa sensibilidade e sabedoria para construírem uma sociedade melhor e foi por isso que fui sempre tão exigente. Quero também agradecer-vos a forma carinhosa com que sempre me trataram, os sorrisos, os olhares cúmplices e principalmente, agradeço-vos tudo o que aprendi convosco. A maior lição que vocês me ensinaram, aprendi-a ao longo desta semana, através das múltiplas manifestações de afecto - cada uma das vossas lágrimas, dos vossos abraços e dos vossos mimos, ensino-me que não tenho de ter medo do futuro, que não devo desistir da profissão que escolhi, pois se vocês, que são aqueles que melhor conhecem e têm condições para avaliar o meu trabalho me dizem que fui uma das melhores professoras que tiveram, que vão ter saudades minhas e que gostam de mim… então fico com a certeza que estou no meu caminho e que vale a pena qualquer sacrifício para continuar a ensinar. Peço-vos ainda que recebam a Professora P. com a mesma alegria e com o mesmo carinho com que me receberam. Dêem-lhe a oportunidade de vos demonstrar que é uma boa professora, sejam solitários com o facto de a minha colega ter estado afastada do ensino durante três anos, passou por momentos difíceis e dolorosos enquanto este ausente, mas que agora tem muita vontade de ultrapassar todas as barreiras e recuperar o tempo perdido. A P. não me foi substituir a mim… fui eu que a substituí a ela… o horário não me pertencia… era dela, por isso, está apenas a ser restaurada a ordem natural das coisas e cabe a cada um de nós aceitar. Também ela ficou triste quando saiu da nossa sala e viu que vocês estavam a chorar por causa da minha partida e, de alguma forma, isso causa-lhe uma sensação de mal-estar. Assim sendo, aqui fica o meu pedido para que sejam para a vossa nova professora de Português o que sempre foram para mim: Pessoas Fantásticas. 10ºA, 10ºB, 10ºC, 10ºD1, 10ºD2, 10ºE da Escola Secundária do Cartaxo vocês são os melhores alunos que um professor pode ter. Beijinho muito grande e até sempre.
Pedi aos meus alunos na última aula que elaborassem uma memória a propósito do discurso autobiográfico que estou a leccionar. Sugeri-lhes que fizessem um texto sobre o melhor momento das suas vidas, ou o pior, ou ainda o mais divertido. Não havia restrições, não havia limites, apenas eles, os seus sentimentos, a folha de papel e a caneta. Disse-lhes ainda que manteria sigilosos os trabalhos, se assim o desejassem. O objectivo desta actividade era fazer com que aplicassem as características que tinham aprendido sobre o texto memorialístico, entrassem nos seus corações, transmitissem os seus sentimentos e analisassem a importância do acontecimento escolhido nas suas vidas. Nada me preparou para o que iria ler a seguir… Levei os trabalhos para casa e li aqueles que diziam “confidencial”. Ainda me custa a acreditar no que li… Os meus Pantufinhas Emprestados, apesar de terem acabado de entrar na adolescência, são em grande número marcados pelo sofrimento (que eu desconhecia por completo) e têm uma alma extraordinariamente sensível (mas isso eu já sabia). Alguns deles exorcizaram os seus maiores desgostos de uma forma que nunca me tinha sido dada a ler. Estes miúdos desabafaram sobre a morte de alguém que lhes foi muito querido e sobre doenças que teimam assombrar os seus lares. Uns relataram a tristeza que sentiram quando os pais se divorciaram e que também os invadiu quando voltaram a constituir uma nova família. Outros descreveram os maus tratos a que foram sujeitos por parte dos progenitores, e a vida familiar marcada pela violência doméstica, pelas agressões e espancamentos que vitimam as mães. A Matilde recordou episódios em que o pai espancava mãe na presença dos filhos, e quando os seus ataques de loucura eram intensos, acabava também por estender a violência a ela e aos irmãos. Li uma história de uma aluna que recordou uma situação vivida aos 5 anos quando assistiu ao abuso sexual de uma outra criança, que na sequência desse acto foi encontrada morta. Fiquei com o coração apertado de tantas desgraças que li. Na aula de hoje era suposto eu ler os trabalhos, mas apenas dos alunos cujos textos não fossem “confidenciais”. Tencionava corrigi-los a nível da forma e do conteúdo e tecer considerações sobre os aspectos positivos e aqueles que precisavam ser melhorados. A turma estava muito receptiva à actividade, as memórias que ia lendo falavam dos mais variados assuntos: as Verões inesquecíveis que já tinham vivido, a cumplicidade com os amigos, as tropelias da infância, a primeira bicicleta, o primeiro beijo. No meio dos papéis surgiu-me o trabalho da Teresa cujo texto me fizera chorar na noite anterior e informei os colegas que não o iria apresentar. Apesar do “confidencial” escrito na sua folha de papel, a aluna pediu-me para o ler. Senti a voz a abandonar-me e o fio que restou a tremer. Lentamente começo a leitura da memória do funeral da sua mãe: o som do rebate dos sinos, a cova escura para receber o seu corpo, o choro de desespero dos familiares mais próximos. Doeu-me ler a tristeza que sentia por perder a mãe, mas também a amargura por perder a juventude em prol do apoio que tem de dar ao pai e aos irmãos. A Teresa cuida da casa e da família, herdou da mãe a responsabilidade de dar sentido e continuidade à vida daqueles que a rodeiam. Em plena aula, as lágrimas desceram silenciosas pelo meu rosto… não as consegui esconder. Depois disto, também o Lourenço me pediu para ler o seu texto. Em duas tristes páginas este aluno descreve a primeira coisa que faz ao acordar - beijar a fotografia que se encontra perto da cama. O rosto que recebe o beijo é o da sua mãe também falecida. Linha a linha descreve a forma como recebeu a notícia, a falta que a presença materna lhe faz, as saudades que sente. «-Como vou crescer sem o seu abraço, sem os seus beijos sem os miminhos da minha mãe?» perguntava ele em pequenito. Termina com a ideia que é nos sonhos que a encontra e que a sente mais próxima. As lágrimas continuavam a deslizar pelo meu rosto e aquele texto singelo contagiou toda a turma, não só o Lourenço chorava, como a grande maioria dos seus amigos se emocionaram com a descrição da sua dor. Um outro trabalho que me tocou profundamente foi o do Alberto que explicava a forma como a Ritalina alterou a sua vida, lembrava-se das alucinações que sentiu aquando da primeira toma, da estranheza de emoções que o medicamento lhe desencadeou. O que mais me sensibilizou naquela leitura foi o facto de ele reflectir sobre o facto de se sentir viciado: a ressaca quando não a toma, o corpo a acusar a necessidade e a pedir-lhe mais. Interrogava-se sobre se deveria ou não continuar medicado, se não lhe estaria a fazer mais mal que bem, se não seria melhor procurar noutro sentido a solução para a agitação do seu corpo e da sua mente. Quando a campainha tocou, tinha o coração apertado mas transbordante de afecto por estes Pantufinhas Emprestados que crescem cada vez mais infelizes e sem um farol que os guie. No livro das minhas memórias também fica registada esta aula, em que estivemos tão próximos. Oxalá daqui a uns anos também eu faça parte das memórias deles, e que sejam boas memórias. É isto que sou, é isto que faço. Ser professora faz parte de mim, da minha alma, da minha essência.
Entre mim e eu existia uma criança sonhadora, cheia de maternos afectos e mimos, simultaneamente abundante em ausências e saudades paternas. Dali cresceu a filha que sempre quis agradar, que nunca quis desiludir ninguém, que desejou sempre corresponder às expectativas, honrar os sacrifícios, e hoje há apenas a pessoa que necessita ser aceite e amada, tal como é. Entre mim e eu uma Cinderela de sapatos de salto alto, vestido elegante, pescoço perfumado, caracóis ao vento, e uma Gata Borralheira de pantufas de lã, camisola grosseira de malha, óculos graduados na ponta do nariz e rabo de cavalo a galope. Encontro algures neste invólucro que habito a professora inovadora, atenta às dificuldades e angústias, próxima dos sorrisos, crente que a escola se faz de pessoas e afectos, e a docente rigorosa com os deslizes, implacável com os erros, pouco permissiva com as faltas de educação e incrédula para com tantas reformas e remodelações. Entre mim e eu a esposa perfeita, de casa imaculada, roupa engomada, comida na mesa ao badalar do relógio, tudo isto acompanhado pelo sorriso, pelo beijo à entrada da porta, pela vontade de ser e fazer feliz, e a mulher exausta de ser tão exigente para com ela própria que recusa descansar, por achar que é sinal de fraqueza. Entre mim e eu vive uma a namorada sorridente, senhora do seu nariz, detentora única da sua liberdade, que adora momentos românticos, pequenas surpresas, viver as situações com paixão e a companheira que precisa estar sozinha, fechar-se no casulo para se sentir a ela própria. Entre mim e eu há uma mãe amorosa que se divide em atenções, multiplica em mimos, que se diverte com as brincadeiras, compreende as tristezas, e acima de tudo, dedicada às suas vidas. Mas há também uma progenitora exigente com comportamentos, austera com as birras e rígida com as atitudes. Entre mim e eu vive um ser muito feminino que gosta do que o espelho reflecte, dos centímetros a mais no andar de baixo, dos centímetros a menos no andar de cima, do nariz pequeno, das mãos e pés minúsculos e há um patinho feio, em guerra com a balança, de relações cortadas com doces e gorduras, de olhos esbugalhados perante os Michelin que se acumulam na barriga, as cordas que marcam os cantos do rosto, os fossos que se abrem debaixo dos olhos. Entre mim e eu... tantas certezas, tantas dúvidas, sei apenas que há uma mulher.
Faz frio. A neve bate nas vidraças anunciando que o Inverno chegou e que veio para ficar. Encho a banheira com água a ferver, perfumo-a com sais especiais e mergulho. São tão poucos os momentos de silêncio, são tão escassos os momentos de tranquilidade e naquela água fumegante há todo um Universo de energias a recuperar. Invade-me uma sensação de calor e prazer, toda a minha fadiga se dissolve naquela temperatura, todo o meu corpo agradece o conforto. No leitor de CD toca Sting confirmando aquilo que há muito tempo sei… How fragile are we are. Saio da banheira e mimo o meu corpo com óleo de canela previamente aquecido, um aroma adocicado envolve todo o quarto. Massajo cada centímetro de pele, hidrato um pouco da minha auto-estima. Esqueço as imperfeições, ignoro os centímetros a mais, esqueço os centímetros a menos e valorizo o meu corpo naquilo que é… naquilo que eu sou. Faz frio. Aqueço o meu chá verde com jasmim, coloco as almofadas no chão e meto mais lenha na lareira, deixo que a manta de pêlo de ovelha me abrace, fecho os olhos e agradeço… incendeiam-se na lareira os episódios da minha vida: a infância, a adolescência, os amigos de outrora, os amigos de hoje, os amigos de sempre. A família mais próxima, aqueles que já partiram e aqueles que mesmo longe, estão sempre perto. Os filhos… o nascimento, o primeiro sorriso, o primeiro abraço, o primeiro «mamã». Faz frio… o meu coração vai aquecendo ao lembrar os degraus que subi, os patamares que alcancei, os trambolhões que dei. Curiosamente, a cada ferida lambi o sangue, a cada nódoa negra espalhei a pomada, a cada queda ergui-me novamente. Não sei onde me agarrei, de que muleta me servi, só sei que encontrei energia para olhar em frente e continuar a subir. Faz frio… não interessa a temperatura que faz lá fora, interessa o que eu sinto cá dentro. Fecho os olhos… o lume apaga-se suavemente… o chá arrefece… adormeço…
Ainda estava a saborear a publicação da Mulher Fantásticaaspalavrasnuncatedirei.blogs.sapo.pt/97243.html quando recebi um convite para uma co-autoria de um livro com uma pessoa multifacetada que é professor, pintor, escritor e é ainda responsável por uma empresa de publicidade no Rio de Janeiro, Marco. A ideia deste livro “luso-brasileiro” é espelhar a sensibilidade das Mulheres, de todas as mulheres que queiram colaborar connosco e que queiram partilhar a sua opinião. Não é necessário, que seja o amor homem/mulher, o que interessa é que seja Amor. Pelos filhos, namorado, marido, amante, natureza, vida... A intenção é recolher, pelo menos, mil frases (sim, leram bem) mil frases femininas sobre este sentimento. Desta forma nasceria uma colectânea com a visão de diferentes mulheres: as mais novas, as adolescentes, as de meia-idade, s conservadoras, as modernas, as radicais, as solteiras, casadas, divorciadas, enamoradas… enfim, a lista poder-se-ia prolongar. Já repararam que há o livro das 1000 Ideias Para Confeccionar Bacalhau, 1000 Receitas de Carne, 1000 Receitas de Peixe, 1000 Receitas da Cozinha Portuguesa 1000 Perguntas de Marketing, 1000 Lugares Para Conhecer Antes de Morrer, 1000 Tatuagens, 1000 Canções e Acordes de Guitarra, os 1000 Heróis de Jogos de Vídeo, 1000 Perguntas e Respostas, 1000 Perguntas Sobre Futebol, 1000 Exercícios de Preparação Física…a lista é interminável, falta apenas As Mulheres e o Amor – 1000 Frases Apaixonadas. Assim sendo venho solicitar a todas as meninas e mulheres que diariamente passam por aqui a vossa colaboração neste projecto. Basta que enviem para sandra_sofiabarbosa@sapo.pt uma frase sobre o amor e coloquem a vossa profissão, idade e o nome (se assim o desejarem). A todas, desde já, o meu muito obrigada pela participação.
Cá está ele! Finalmente os textos que há muito desejávamos ver impressos, não só eu como também os meus visitantes, já podem ser adquiridos. Como fazê-lo? O leitor pode contactar-me através do e-mail sandra_sofiabarbosa@sapo.pt e ficará a saber todos os pormenores.
Deixo-vos a sinopse para aguçar a vossa curiosidade.
Sinopse
Quem é a mulher fantástica? É toda aquela mulher que ao longo da vida consegue ser extraordinariamente bonita e feminina? Que é boa esposa, uma fogosa amante, a namorada exemplar? Ou a super-mãe, a amiga verdadeira e ainda a que consegue ser a melhor profissional no seu local de trabalho? Essencialmente, neste livro, descobrimos que é a mulher que pelo menos uma vez na vida já amou, já se sentiu amada mas também aquela que um dia sofreu por amor. Em suma, a Mulher Fantástica, mesmo que ainda oculta, são todas e cada uma das mulheres que somos e conhecemos.
Não pense que este livro se destina exclusivamente ao sexo feminino: ele pode até ser muito útil aos homens. Aqui encontrará pistas para compreender porque choram as mulheres por nada, ou porque sorriem sem razão aparente, ou até porque razões dizem “não” quando querem dizer “sim”.
As vozes deste livro são as mulheres fantásticas com quem nos cruzamos diariamente, que fazem (ou fizeram) parte da nossa vida, com as suas histórias, emoções, encantos e desencantos. A autora assume-se protagonista em alguns destes desabafos e transporta-nos ao sentimento que transborda nos rostos de onde caíram lágrimas, à fonte de luz em olhos que brilharam de alegria, ao desacerto de corações que bateram descompassados num momento determinado da sua vida.
Um blogue (http://aspalavrasnuncatedirei.blogs.sapo.pt) foi a forma que a autora encontrou para exorcizar as suas vivências e imaginação, e onde, de algum modo, pressentiu que outros corações se poderiam rever e querer contribuir através dos seus pontos de vista, como se de um exercício de pintura emocional colectiva se tratasse. A participação que daí adveio superou as suas expectativas: no decorrer de um ano e meio, diversos prémios atribuídos, para cima de 415.000 visitas e um número elevado de participações, comentários, desafios, confidências, desabafos, amizades, semelhanças e diferenças.
Há momentos em que um livro não chega para expressar tudo o que vai dentro de nós, não é suficiente para obter respostas às nossas perguntas ou para acalmar as nossas preocupações. Um virar de página não chega para uma vida que se quer nova ou, pelos menos, diferente.
Quantos (quantas?) haverá que sentem, como a autora, aquele formigueiro insistente na pele sensível da alma, apaziguada apenas pelas palavras que brotam em corrente incontida dos nossos lábios? São palavras que queimam por dentro e que têm razões próprias que muitas vezes escapam à nossa racionalidade culturalmente moldada, que se insinuam em cada gesto, que se erguem das nossas memórias e pintam os desejos de cores que só existem na escrita. Mas estas palavras ambicionavam ser mais que palavras: constituíam-se como um manifesto de partilha e de questionamento pessoal numa libertação pública catártica, num convite expresso e à urgente libertação de todos os que passavam naquele blogue.
Porquê um livro, agora? Porque os visitantes do blogue assim o pediram insistentemente e porque nestes textos se reconhecia a capacidade desta substância poder ocupar duas formas: o blogue e o livro. Mulher Fantástica é uma mulher em forma de livro, e este livro é para si.
Caríssimos visitantes e amigos da blogosfera: o livro já se encontra no "forno" e já estão a ser dados os retoques finais. Gostaria muito de ter a vossa participação também neste projecto e desta forma venho convidar-vos a deixar um comentário, uma opinião aos meus textos, para que possam ser incluídos nas páginas do livro. Sem a vossa presença e participação, esta edição teria sido impossível, por isso gostaria muito de contar com as vossas palavras. Inspirem-se... eu fico à espera! Desde já, muito obrigada pela disponibilidade. Beijinhos, fiquem bem.
Quando o discipulo estiver pronto o Mestre aparece”. Esta foi sempre a máxima que tive em mente no que diz respeito à publicação dos textos do blog. Com muita frequência os meus visitantes diziam que eu deveria transformar os posts em páginas de um livro, ao que sempre respondi que esse era um dos sonhos que tencionava, um dia, poder vir a realizar. Pois é, meus amigos da blogosfera, parece que esse dia finalmente chegou e o meu coração já não cabe no peito de tanta felicidade. Recentemente recebi a visita de uma Coordenadora Editorial que me disse que gostava da forma como escrevia e deixou nos comentários o seu endereço electrónico para a poder contactar. Foi com as mãos a tremer que lhe enviei o e-mail com os meus dados, foi com a voz embargada que marquei a reunião e foi com os olhos a brilhar que ouvi o «-Sim, vamos publicar». Agora estamos na fase da operacionalização deste projecto, por isso um dia destes terei o prazer de vos convidar para o lançamento do livro. Não posso deixar de agradecer às inúmeras pessoas que diariamente passam por aqui e me deixam os seus comentários, os seus elogios ao que escrevo e retribuir-lhes esse carinho. A vossa simpatia fez sempre com que a minha vontade de escrever fosse maior, e o vosso incentivo nunca me fez deixar de editar posts. A todos, de coração, o meu muito obrigada.
O ano de 2007 já fez as malas para ir embora, com ele levou sorrisos, lágrimas, pessoas que partiram, pessoas que chegaram, nascimentos, mortes... o 2008 acabou de sair do ventre Materno, que é como quem diz, do ventre da Vida de cada um de nós, prontinho para nos dar 366 dias cheios de novas oportunidades para alcançar a felicidade. Foi isso que viemos cá fazer, é para isso que aqui estamos: para sermos Felizes. Que 2008 seja o vosso ano. Deixo-vos um presente de Aristóteles.
Tenho muito orgulho em ser Portuguesa. Acho que vivo num país magnífico, com paisagens fantásticas, praias lindíssimas, serras verdejantes, monumentos magníficos, uma gastronomia deliciosa… enfim poderia a escrever sem parar sobre aquilo que mais aprecio neste pequeno rectângulo à beira mar plantado, mas não é isso que me traz por aqui. Hoje, pelas treze horas, ao ouvir as notícias num canal televisivo, o jornalista anunciou que em apenas quatro horas, cerca de 900 pessoas tinham sido autuadas na cidade de Lisboa por excesso de velocidade. Parece mentira, não parece? Todos nós ouvimos nos últimos dias na comunicação social que a partir de hoje os radares não iriam perdoar e, mesmo assim, os “pés de chumbo” acharam que seriam mais espertos. Confesso que me irritam aqueles automobilistas que não respeitam o código da estrada, que não respeitam regras e acham que elas só existem para lhes complicar a vida. Não percebem que se assim não fosse viveríamos numa selva, e se é isso que querem… mudem-se para lá. Acho uma aberração o número de mortos nas nossas estradas, são uma vergonha nacional num país, dito, evoluído. Gostaria que apreciassem este vídeo que aqui vos deixo, que é mais uma prova de que certos condutores nada vêem para além do seu umbigo, e como tal, são um verdadeiro perigo público. Para refectir…