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aspalavrasnuncatedirei

Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

Mary Christmas

por aspalavrasnuncatedirei, em 24.12.07

Na Cauda do Teu Piano

por aspalavrasnuncatedirei, em 20.06.07

 

Imagem: Michelle Pheifer, Fabulosos Irmãos Baker

  

 

Meti a chave à porta e ao meu encontro vieram as notas musicais do teu piano de longa cauda negra. Mesmo antes de ver a expressão do teu rosto, percebo que não estás bem. Só tocas piano quando os teus dias são amargos, só quando a pressão é tão forte que te faz explodir. Nesses momentos, os teus dedos, como varinhas mágicas, transferem para as teclas, todas as emoções que habitam em ti. Invejo-as, porque lhes tocas, são aquelas teclas frias que recebem o calor da ponta dos teus dedos. São elas que são acariciadas e gemem por ti. Queria que me entregasses o teu medo, a tua raiva, a tua frustração, que fizesses de mim a tua alma conselheira. Mas não, é sempre o piano. Amor… eu sou mulher, sou a tua companheira, aquela que te ama e estará sempre aqui... e "sei-te de cor"… Hoje decidi ganhar esta guerra fria e vou entrar nessa partitura. Vou entrar no teu mundo de angústias e roubar ao piano o toque que é meu. Tomo um banho perfumado, passo aquele creme que guardo para os momentos especiais em todas as células do meu corpo. Visto o vestido vermelho de cetim que me escorrega lindamente no corpo. Aquele cujo decote faz adivinhar os contornos do meu peito, o redondo da minha anca, a rigidez das minhas coxas. Calço uns sapatos pretos agulha. Ponho Rímel preto nos olhos e um Batom vermelho. Não esqueço o perfume... aquele que te embriaga e que deixa zonzo como se eu fosse um forte licor. Apago as luzes. Acendo uma vela. Queimo um incenso. Começo a cantar Making Whoopee. Sei que adoras a Michelle Pheifer, que é a mulher dos teus sonhos, aquela das tuas fantasias… mas eu... eu sou real… e estou aqui. Subo para o piano, o vestido sobe insinuando-te debaixo dele,  o meu corpo nu. Sento-me perto, cruzo as pernas, e da minha boca continuam a sair doces acordes. Levemente, deixo-me cair para trás, deposito o meu corpo na cauda do teu piano. O meu cabelo espalha-se pelas teclas. A música pára. Huuummm, e agora???

 

  

E Tudo o Vento Levou

por aspalavrasnuncatedirei, em 15.04.07

 

                  Imagem do Fime E Tudo o Vento Levou

 

- Sim, porque tu és uma criança. Uma criança que chora a pedir a Lua. Que faria ela com a Lua, se lha dessem? E que farias tu com o Ashley se to oferecessem? Causa-me pena ver-te deitar a felicidade pela janela fora, só porque pretendes outra coisa… que não te fará feliz. Ignoras que não há felicidade fora de dois seres que foram feitos um para o outro. Se eu morresse, se a Melanie morresse e ficasses assim com o teu precioso apaixonado só para ti, julgas que te sentirias feliz com ele? Pois enganas-te! Ao passo que nós, esposa do meu coração, podíamos ser perfeitamente felizes se quisesses dar-nos essa oportunidade, porque somos muito semelhantes. Ambos somos uns crápulas. Podíamos ter sido felizes, porque te amava e te conhecia, Scarlett, como jamais Ashley te conhecerá. E teria o maior desprezo por ti se te conhecesse… Mas hás-de passar a vida a suspirar por um homem que não compreendes. E eu, minha jóia, continuarei a consolar-me com meretrizes. E sou capaz de jurar que nos entendemos melhor que a maioria dos casais.

 

E Tudo o Vento Levou, Margaret Mitchell


 

 

 

 

Instantes Decisivos

por aspalavrasnuncatedirei, em 10.03.07

 

 

 

Gosto muito de Cinema e tenho uma lista interminável de filmes que, por uma razão, ou por outra me marcaram, e que consigo ver e rever, sempre que a nostalgia aperta.

 

Há um filme que se encontra no Top Ten das minhas preferências. Nunca foi nomeado para um Óscar, não é muito conhecido mas tem um argumento com uma mensagem fabulosa.

 

Instantes Decisivos, ou no título original Sliding Doors, realizado por Peter Howitt, de uma forma deliciosa responde à questão «Será que o Amor apresenta uma margem de erro?» A bela Helen, protagonizada por Gwyneth Paltrow, irá tentar descobri-lo.

Helen parece ter aquilo a que se chama uma ’vida organizada’. Tem um trabalho que realiza e partilha a sua vida com Gerry (John Linch), um aspirante a romancista, que preguiça muito e trabalha pouco.

Mas um dia o seu ‘castelo de cartas’ desmorona quando é inadvertidamente despedida e regressa a casa mais cedo do que é habitual, nesta altura, tudo toma um rumo inesperado. Ou melhor dizendo, dois rumos inesperados...

 

A caminho de casa, Helen perde o Metropolitano, e esta cena do filme é simplesmente fantástica. Ao descer as escadas a correr a personagem ‘tropeça’ numa pessoa, e aquela oscilação do «Passas Tu ou Passo Eu», faz com que num dos casos perca o transporte e no outro, ainda o consiga apanhar.

 

A partir deste momento assistimos a dois destinos que se conjugam em paralelo, rapidamente nos apercebemos que o realizador nos apresenta duas histórias que seguem lado a lado, a partir  do incidente do metro.

 

Numa das histórias, quando Helen chega a casa, encontra Gerry no chuveiro, preparando-se para começar a sua tarde de pseudo-trabalho. Mas, e se Helen tivesse apanhado o Metropolitano? Então, ter-se-ia sentado ao lado de um estranho encantador, James (John Hannah), que ficaria no seu pensamento. Teria também chegado a casa mesmo a tempo de encontrar Gerry na cama com a antiga namorada, Lydia (Jeanne Tripplehorn), e aqui começa a segunda história.

 

 Instantes Decisivos, uma história de uma mulher como todas nós que se confronta com a eterna questão: «E se...?» E são os «Ses» que às vezes tornam a nossa existência tão difícil.

   

Era fantástico que nos momentos difíceis da nossa vida, naqueles onde nos deparamos com encruzilhadas, Deus colocasse ao nosso dispor uma tela onde pudéssemos assistir ao “filme das nossas vidas” e aos destinos diferentes que as nossas escolhas acarretam. Desta forma saberíamos sempre o que é certo e errado e decidiríamos sempre, de forma a nunca nos arrependermos.

 

No entanto, sou obrigada a concordar que ainda bem que não temos acesso a essa tela, porque isso abortaria por completo o prazer da vida, impedir-nos-ia de crescer enquanto seres espirituais e de aprender com os erros cometidos e as experiências vividas.

 

                                                      

 

 

 

 

 

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