Instantes Decisivos
Gosto muito de Cinema e tenho uma lista interminável de filmes que, por uma razão, ou por outra me marcaram, e que consigo ver e rever, sempre que a nostalgia aperta.
Há um filme que se encontra no Top Ten das minhas preferências. Nunca foi nomeado para um Óscar, não é muito conhecido mas tem um argumento com uma mensagem fabulosa.
Instantes Decisivos, ou no título original Sliding Doors, realizado por Peter Howitt, de uma forma deliciosa responde à questão «Será que o Amor apresenta uma margem de erro?» A bela Helen, protagonizada por Gwyneth Paltrow, irá tentar descobri-lo.
Helen parece ter aquilo a que se chama uma ’vida organizada’. Tem um trabalho que realiza e partilha a sua vida com Gerry (John Linch), um aspirante a romancista, que preguiça muito e trabalha pouco.
Mas um dia o seu ‘castelo de cartas’ desmorona quando é inadvertidamente despedida e regressa a casa mais cedo do que é habitual, nesta altura, tudo toma um rumo inesperado. Ou melhor dizendo, dois rumos inesperados...
A caminho de casa, Helen perde o Metropolitano, e esta cena do filme é simplesmente fantástica. Ao descer as escadas a correr a personagem ‘tropeça’ numa pessoa, e aquela oscilação do «Passas Tu ou Passo Eu», faz com que num dos casos perca o transporte e no outro, ainda o consiga apanhar.
A partir deste momento assistimos a dois destinos que se conjugam em paralelo, rapidamente nos apercebemos que o realizador nos apresenta duas histórias que seguem lado a lado, a partir do incidente do metro.
Numa das histórias, quando Helen chega a casa, encontra Gerry no chuveiro, preparando-se para começar a sua tarde de pseudo-trabalho. Mas, e se Helen tivesse apanhado o Metropolitano? Então, ter-se-ia sentado ao lado de um estranho encantador, James (John Hannah), que ficaria no seu pensamento. Teria também chegado a casa mesmo a tempo de encontrar Gerry na cama com a antiga namorada, Lydia (Jeanne Tripplehorn), e aqui começa a segunda história.
Instantes Decisivos, uma história de uma mulher como todas nós que se confronta com a eterna questão: «E se...?» E são os «Ses» que às vezes tornam a nossa existência tão difícil.
Era fantástico que nos momentos difíceis da nossa vida, naqueles onde nos deparamos com encruzilhadas, Deus colocasse ao nosso dispor uma tela onde pudéssemos assistir ao “filme das nossas vidas” e aos destinos diferentes que as nossas escolhas acarretam. Desta forma saberíamos sempre o que é certo e errado e decidiríamos sempre, de forma a nunca nos arrependermos.
No entanto, sou obrigada a concordar que ainda bem que não temos acesso a essa tela, porque isso abortaria por completo o prazer da vida, impedir-nos-ia de crescer enquanto seres espirituais e de aprender com os erros cometidos e as experiências vividas.