- Anda!
- Anda!
E eu fui, sem saber para onde me levavas, sem me preocupar onde esse caminho, que segui de olhos vendados, me iria conduzir. Apenas fui… porque habitava-me a convicção que iria onde quer que me guiasses, com tudo de bom e de mau que daí pudesse advir.
Esta é a minha forma de amar, só acredito no amor assim: baseado numa confiança extrema, determinada, capaz de nos levar ao limite, capaz de nos fazer testar todos as nossas convicções, com capacidade de abalar todas as nossas crenças. Não confio naqueles que amam com «ses», que só se apaixonam «quando», que só se entregam «a menos que», que investem «a não ser que» ou é amor, ou não é, e se não é amor… então não é suficiente!
Foi por isso que, quando me olhaste nos olhos e disseste «-Anda» eu dei-te a mão sem vacilar, mesmo sabendo que os caminhos do amor são enigmáticos e ininteligíveis. A senda amorosa é um percurso fantástico: mesmo que saibas de onde vens, mesmo que almejes saber para onde vais, mesmo na posse do conhecimento da pessoa que foste construindo ao longo dos teus dias até chegares aqui, cada vez que a tua vida se entrelaça no destino de alguém, descobres um ser novo dentro de ti, que desconhecias existir até então, e é exatamente por isso que vale a pena perder a segurança de ter os pés no chão para ganhar um palmo acima dele e levitar nas asas do amor.
O amor faz-nos maiores, faz-nos imensos e aqueles que amamos são sempre um espelho daquilo que somos: há pessoas que refletem aquilo que temos de melhor e outras são o resultado do nosso lado mais sombrio. Há pessoas que nos acrescentam: em felicidade, em compreensão, em sabedoria, em segurança, em paz interior, em magia e aquelas que nos diminuem: na alegria, no júbilo dos dias, nos sonhos e projetos, naquilo que somos.
E foi por isso que quando disseste «-Anda» eu dei-te a mão sem pestanejar e deixei que me levasses e guiasses pelos trilhos que construíste, o meu gesto assertivo foi a forma que encontrei de te dizer «-Sim, vou! Leva-me com tudo o que eu tenho de bom, aceita-me nas minhas fragilidades e faz-me descobrir a mulher que poderei ser ao teu lado eu prometo fazer exatamente o mesmo contigo.»
E é isto que desejo a cada amanhecer, que tu olhes para mim com a convicção que queres ter-me ao teu lado para te acompanhar seja qual for o mapa que leves na mão, seja qual for o destino que temos pela frente e eu quero responder-te afirmativamente com a certeza que é ao teu lado que quero percorrer o meu caminho.
- Anda!
- Vou!
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Texto: Sandra Barbosa
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