És tu que me susténs
És tu que me susténs… ainda que não o saibas… ou ainda que isso seja invisível aos olhos do mundo.
Por isso… preciso de ti… por nenhuma razão em especial, apenas por tudo, inspirada por nada. Sustém-me esse sorriso maroto, que se te acende em rastilho do peito ao rosto, num relâmpago de amor que me ilumina os dias. Quero encontrar-me no brilho dos teus olhos faroleiros que me fazem rumar ao cais onde te escondes, para te desvendar nos mistérios que sei ainda que estão por descobrir.
São os teus braços que me envolvem quando o peso dos dias me faz vergar à tristeza, à fadiga, ao desapontamento dos sonhos e é no teu abraço que encontro o berço que me embala a coragem para voltar a acreditar na primavera dos dias.
Preciso de ti… para poder deitar a minha cabeça no teu peito e ouvir o tic tac de um coração que trabalha com a precisão de um relógio suíço. Careço de uma necessidade urgente de te ouvir gemer baixinho o meu nome, em doces ecos surdos de amor. Sonho em adormecer no teu colo e repousar em ti este permanente cansaço que de forma alquímica transformas em energia que vibra de felicidade.
És tu que me susténs… porque a minha alma já não me pertence, abandonou-me há muito e habita descaradamente na tua. Por isso, preciso que te libertes de todos os medos e dúvidas, que te deites ao meu lado, que me afagues a alma de forma carinhosa e protetora, que digas que vieste para ficar e não me vais deixar sozinha a naufragar em vagas de solidão e incerteza. E amanhã, quando eu acordar… preciso que estejas exatamente no mesmo sítio.
És tu que me susténs… ainda que jamais o saibas… ou ainda que isso seja indiferente aos olhos do mundo.
Texto: Sandra Barbosa
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Imagem: Retirada da Internet