Favores em Cadeia em 2012
No último dia do ano de 2011 vi um filme fantástico de Mimi Leder. A história desenrola-se em torno de Eugene Simonet (o fabuloso Kevin Spacey), que é um professor de estudos sociais. No início de um novo ano letivo, numa turma do 7º ano de escolaridade, e como era seu hábito em todos os outros anos, pede aos alunos para realizarem um trabalho acerca do que fariam para mudar o mundo. Na turma está um aluno com imensos problemas pessoais, Trevor McKinney (o doce Haley Osment). Trata-se de uma criança sensível, de 11 anos, que tenta ajudar a mãe, Arlene Mckinney (Helen Hunt), uma alcoólatra. Esta, apesar de se esforçar paradar uma vida melhor ao filho (desdobrando-se entre dois empregos), não percebe que o que realmente faz falta ao filho é a sua companhia. Quando confrontado com a sugestão do professor, Trevor decide desenvolver um projeto que consiste em ajudar três pessoas e pedir que não lhe retribuam a ele, mas sim que ajudem outras três pessoas e assim por diante. No fundo, o que ele procura é formar uma corrente de favores em cadeia. Ao longo do filme esta criança é confrontada com as injustiças do Mundo e com as dificuldades inerentes em tentar transformá-lo num sítio melhor, mas o que me comoveu, e fez as minhas lágrimas deslizarem pela minha face várias vezes, foi a determinação do Trevor em fazer a diferença e nunca desistir. Não pude deixar de pensar, agora que estamos no primeiro dia do ano de 2012 como seria se cada um de nós acreditasse no poder das boas ações, do amor pelo próximo e tentássemos também aplicar este projeto: fazer bem/ajudar três pessoas que por sua vez iriam fazer bem a outras três e assim consecutivamente… Será que podemos tornar este País/Mundo um lugar melhor? Podemos deixar um legado de amor, de solidariedade aos nossos filhos, de certeza que é bem mais positivo e profícuo do que andar a apontar o dedo aos políticos, a lamentarmo-nos das desgraças, das tristezas, das desilusões. Deixemo-nos de futurologia, de falar mal e de amaldiçoar um Ano Novo que acabou de nascer, concentremo-nos nas coisas positivas e façamos do ano de 2012 o ano da diferença, o ano em que o amor vence o ódio, em que o espiritual derruba o material, o ano em que seremos agradecidos e felizes.
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