Duche...
por aspalavrasnuncatedirei, em 25.11.07
Imagem Retirada da Internet
Desaperto o fecho da saia que apressada se rende a meus pés; dispo as ligas… do avesso… que incautas descansam sobre o chão, solto um… a um… os botões da camisa… abro a torneira e a água em jacto contrasta com a minha indolência. Meto-me debaixo do chuveiro e deixo que a água me revigore, me liberte do cansaço, me aqueça e me invada com uma sensação reconfortante de prazer. Não sei há quanto tempo aqui estou… não me consigo mexer, do meu pé esquerdo crescem raízes imaginárias que me libertam todo do cansaço, de todas as amarguras…. do meu pé direito as raízes absorvem toda a força que preciso para me manter de pé. De repente… sinto uma presença nas minhas costas e o calor de um corpo que reconheço como teu. Fico gelada… uma antítese corporal da água quente, que escorre sobre mim, e o sangue que me congelou nas veias… Tremulamente sinto as tuas mãos sobre o meu cabelo comprido…sinto o aroma doce do champô a deslizar sobre o seu comprimento e a despertar em mim sensações mágicas. Lentamente… recuperas a segurança que te caracteriza e os teus dedos molhados entrelaçam-se nos fios dourados da minha cabeça. Todo o meu corpo se arrepia… será da água que sinto cada vez mais quente? Será da pressão que exerces sobre o meu cabelo? Será o teu corpo… que se colou ao meu? Como uma esponja macia… a tua boca … desliza sobre a minha pele molhada… sinto-a no lóbulo das minhas orelhas… no meu pescoço de gazela… nos contornos do meu peito… na curva da minha barriga… inundas-me de prazer assim como a água que cai me inunda de vida, tomas o meu corpo nos entalhes do teu corpo porque sabes que te pertenço, entras em mim com a certeza que nos completamos assim como a água está convicta que se encaminha para o mar.