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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

Mulher de Folhos

por aspalavrasnuncatedirei, em 14.06.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

Entro na sala de aula e volto a sentir o nervoso miudinho de um menino acabado de chegar à Escola pela primeira vez. Sento-me na última carteira para ver se ninguém dá pela minha presença. A lição já vai a meio e tu deslizas de um lado para o outro como uma fada de giz na mão a fazer de varinha de condão. Tentas captar em ti a atenção dos alunos. Ensinas-lhes poesia. Tu és poesia. Em ti leio os mais belos versos de amor. Dizes qualquer coisa sobre um escritor, acho que se chama Cesário Verde. Não percebo bem o que dizes, não consigo estar atento. Distrais-me. Distraio-me com os teus movimentos, com o som da tua voz, com o teu sorriso. De repente, dizes algo com que me identifico e prendes a minha atenção nas pestanas do teu olhar. Explicas que Cesário foi um poeta que sofreu na pele o desprezo feminino. A mulher citadina pavoneava-se à frente dele, bela, distante, perfumada e inacessível. Ensinas que o referido senhor suspira por uma mulher de classe alta que passeia à sua frente, cheia de folhos, que o despreza por trabalhar numa loja de ferragens e não ter ‘sangue azul’ para estar ao seu lado. Também eu, um dia, há muito tempo, olhei para ti como a mulher de folhos… inalcançável… que flutuava sedutora à minha frente. Nunca acreditei que um dia te iria despir esses folhos. Nunca imaginei que um dia te poderia ter. Olho à minha volta e vejo outros meninos/homens que trocam sorrisos cúmplices, matreiros. Leio nos olhos deles o que um dia espelhei nos meus. Também tu, hoje, és para eles, a mulher de folhos que desejam. Ecoa o som da campainha, ouve-se um frenesim de cadeiras e mochilas. O meu coração volta a bater descompassado. Aproximo-me de ti, beijo-te levemente os lábios. Saio da sala contigo de mãos dadas. De dedos entrelaçados. Quero mostrar a estes meninos/homens que és minha. Que és a minha mulher de folhos.

  

 

Nomeações

por aspalavrasnuncatedirei, em 12.06.07

 

 

 

 

 

Esta semana tenho estado a ser presenteada com diversas nomeações de outros blogs. Há quem me tenha nomeado para o Blog com Tomates (logo eu, que sou a pessoa mais feminina deste mundo) e também me nomearam com o Cupido Fonte de Amor, neste já me revejo mais, aliás faço questão que os meus posts sejam uma homenagem ao amor… ou à falta dele. A todos aqueles que me nomearam aqui fica o meu sincero agradecimento, fico contente por saber que apreciam este meu espaço. Sei que a ideia é nomear outros blogs que eu reveja nestas designações, mas isso não sou capaz de fazer. Todos os blogs são muito diferentes entre si, já criei laços de cumplicidade com alguns bloguistas e não quero por isso, ter que escolher ninguém. Fiquem bem.

 

 

Olhos nos Olhos

por aspalavrasnuncatedirei, em 11.06.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

O que é que nos faz apaixonar por alguém? O que é que acontece dentro de nós que desperta aquele «clic»? Eu penso que é a forma como nos olhamos. Os olhos são o «espelho da alma», nunca mentem, nunca dissimulam aquilo que sentimos. É fácil ler nos olhos de um homem quando somos amadas, desejadas, desprezadas ou até odiadas. Há tantas informações num simples “piscar de olhos”. Quem é que nunca recebeu um olhar daqueles que nos faz sentir nuas? Quem é que nunca olhou profundamente nos olhos de alguém e lentamente lhe deu o primeiro beijo? Quem é que nunca ouviu uma boca a dizer que não e uns olhos a dizer que sim? Os olhos! São eles sem dúvida que nos ajudam a encontrar o amor… ou a perdê-lo. Hoje encontrei um vídeo, que vos apresento de seguida, e ao vê-lo, as lágrimas correram-me pela cara abaixo. Mostra como duas pessoas se podem apaixonar numa troca de olhares e a dimensão desse amor, traduzida precisamente através dos olhos. Espero que gostem.

Mundo Interior

por aspalavrasnuncatedirei, em 09.06.07

 

 Imagem Retirada da Internet
 

O mundo é grande, mas só para quem perdeu algo na outra ponta. É grande para quem espera por algo ou por alguém. É grande para quem conta com angústia, a distância em passos, e não em quilómetros. E um passo não é nada, quando milhares nos separam daquilo que queremos. Naquele momento, sobrepostos os dois mil e muitos quilómetros que antes a separavam de Philippe, Carolina sentia que o mundo continuava imensamente grande, pois para além do mundo físico, descobrira em si um mundo interior em que as distâncias se multiplicam e os caminhos levam à grandiosidade ou ao vazio. E este mundo interior é bem maior do que o primeiro. No meio de todo aquele frio, sentiu as lágrimas quentes que lhe rolavam irregularmente pelo rosto.
 
Espero Por Ti Em Paris, Diana Mendonça & David Marle
 

Fala-me de Amor

por aspalavrasnuncatedirei, em 07.06.07

 

Magical taste of decay.jpg

 Imagem Retirada da  Internet

Fala-me de Amor. Lembra-me a razão pela qual um dia te apaixonaste por mim. Sussurra-me ao ouvido como eu era quando me conheceste. Lembra-me tudo aquilo que fui. Lembra-me tudo aquilo que fomos. Diz-me que gostavas de voltar a acariciar o meu cabelo suave, comprido, e que ainda recordas a forma como o afasto dos olhos e o prendo atrás da orelha. Fala-me de amor… e afirma que tens saudades da minha pele macia, e que ainda desejas o meu corpo branco como uma montanha nevada, recorda-me que adoras a forma como dobro o riso. Diz-me ainda, que não te esqueceste do doce aroma da minha boca, do meu hálito a chocolate, e que querias voltar a beber dos meus lábios o mais adocicado dos licores. Fala-me de amor… e diz-me que sentes falta do meu corpo, que ele é um templo onde comungam o sagrado e o profano e que só nele encontras a paz que precisas e o inferno que desejas.
                                                  Texto Inspirado em Santos e Pecadores – “Fala-me de Amor”
 

Amor, ou Nem por Isso?

por aspalavrasnuncatedirei, em 07.06.07

 

 

 

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Ontem uma colega na Escola contou-me que ela e o namorado estão a viver um momento conturbado da relação entre eles porque a cara-metade não aceita as filhas dela. (O meu cordão umbilical começou logo às voltas). Explicou-me que a relação deles começou muito bem, que num dado momento, eles até pensaram em viver juntos, mas ela, por causa das filhotas, achou melhor ir com calma. Parece que o cavalheiro trabalha muito, faz turnos e incomoda-o quando as crianças brincam e soltam gargalhadas lá em casa. Além disso, ele gosta de passear com ela sem ter que levar «penduras» atrás, a fazer barulho, a pôr os pés em cima dos estofos de pele do seu jipe. Gosta de fazer amor sem ser interrompido, gosta de jantar sem se sujar. Diz ainda, que está habituado ao seu espaço, aos seus silêncios, que tem a vida organizada.... e que as terroristas dela, aos pulos o dia inteiro à volta dele, não fazem bem à relação dos dois. (O meu cordão umbilical já dava nós). A minha colega está triste e eu solidarizei-me com ela. Como não gosto de falar mal de ninguém, e não gosto de julgar, achei que não o deveria atacar. Mas não pude deixar de pensar que ele não a ama, porque quando amamos aceitamos tudo o que vem dessa pessoa, os seus defeitos, as suas qualidades e, se os houver, os seus filhos. Tive vontade de lhe dizer «Ó minha parva e tu estás triste por causa de um Homem que diz que gosta de ti, mas quer um relacionamento «eu-aqui»; tu-ali», «nós-de-vez-em-quando» e as «tuas filhas-bem-longe?» Depois, tentei colocar-me na pele dele. O que pensaria eu se usasse calças? Sim porque eu acho que, alguns, homens pensam com as calças (perdoem-me o desabafo). Acho que sou uma pessoa sensata e percebi que o namorado da minha amiga, apesar de o achar um grande egoísta, tem todo o direito a tirar a máscara e mostrar-se como realmente é. Tem ainda o direito de querer estar disponível para amar uma mulher sem «apêndices», sem responsabilidades, com disponibilidade, e vontade de lhe satisfazer as necessidades e caprichos. E bem vistas as coisas, ele foi honesto com ela, afinal, não é obrigado a educar as filhas que não são dele. A minha sensatez diz-me ainda que a minha colega, que é um doce de pessoa, tem todo o direito a ser amada na íntegra. Um filho é gerado em nós, nasce-nos do corpo, é uma extensão do nosso próprio corpo. Quem amar uma mulher, como a minha amiga, ou como muitas outras mulheres divorciadas, tem que as amar inteiras: cabeça, tronco, membros, e a melhor parte... os filhos.
 

Mulher Fantástica

por aspalavrasnuncatedirei, em 06.06.07

 

 Imagem Retirada da Internet

 

Hoje de manhã, no duche, decidi usar aquele gel de banho maravilhoso, que só uso em ocasiões especiais, e depois pensei «- Para quê? Tu não vais saber!» Seguidamente, passei pelo corpo o creme igual ao perfume que me deixa a pele macia (pele de bebé, como tu dizes) e que intensifica o aroma, e depois pensei «- Para quê? Tu não me vais tocar!» Vesti uma lingerie sexy… aquela… a tal… e depois pensei «- Para quê? Tu não a vais despir!» Vesti um vestido curto, de cetim, aquele que dizes que retira a concentração dos meus alunos, e pensei «- Para quê? Tu não mo vais tirar!» Calcei os sapatos agulha, altos, muito altos e… sorri. Contornei os meus olhos com o lápis, delineei os meus lábios com o batom. Coloquei perfume… uma borrifadela aqui, outra borrifadela ali, e depois pensei «- Para quê? Tu não me vais cheirar!» Passei a escova pelo meu longo cabelo, de madeixas louras, e depois pensei «- Para quê? Tu não o vais afagar!» Depois de todos estes “rituais de beleza” olhei para o espelho para ver o resultado final e pensei «- Para quê? Tu olhas-me mas não me vês!» Que desperdício!!! Virei as costas, para ir trabalhar, tinha dado meia dúzia de passos, quando o meu Anjo da Guarda me deu com uma das suas asas e obrigou-me a voltar atrás, e a ir ter comigo novamente ao espelho. Fui. Olhei-me. Primeiro, superficialmente, para tentar perceber o que estava mal, e o que é que o Anjo me queria dizer. Depois… a medo… olhei-me nos olhos e percebi… «-Para quê????» Para Mim!!!! Para Mim!!! Que sou uma mulher fantástica!!!

 

(Dedicado a todas as mulheres fantásticas que diariamente passam por aqui e me deixam o seu carinho)

 

 

Despedida

por aspalavrasnuncatedirei, em 05.06.07

 

 

 Imagem Retirada da Internet

 

  

Podias ter-me dito que ias sair da minha vida. A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo. Podias ter-me dito que querias conjugar o verbo desistir. Demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer, sem travar batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem. Contigo aprendi que o amor é uma força misteriosa e divina. Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã ao acordares. Não sei quando te voltarei a ver ou a ter notícias tuas, mas sabes uma coisa? Já não me importo, porque guardei-te no meu coração antes de partires. Numa noite perfeita entre tantas outras, liguei o meu coração ao teu com um fio invisível e troquei uma parte da tua alma com a minha, enquanto dormias.

 

Vou Contar-te Um Segredo, Margarida Rebelo Pinto

 

 

Lágrimas de Professora

por aspalavrasnuncatedirei, em 04.06.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

Hoje terminei as aulas numa das minhas turmas. Há 10 anos que passo por isto e não me consigo habituar. A última aula dói-me na alma. Olho para as caritas deles e sei que provavelmente não os voltarei a ver. Todos os anos é igual: dizem que gostam muito de mim e que explico bem, dizem que sou muito rigorosa, mas muito carinhosa, e pedem-me para ser novamente professora deles o ano que vem (como se isso dependesse de mim). Trocam-se e-mails, números de telefone, fazem-se jantares de despedida, oferecem-me flores e enchem-me de beijos. Já sei que nos próximos meses, a caixa de mensagens do meu telemóvel vai ser inundada pelo carinho destes meus «pantufinhas emprestados», e assim que me encontrarem online, no msn, vão “meter-se” comigo. Mas em Setembro começarão novamente as aulas e virá uma outra professora que lhes conquistará o coração. E eles guardar-me-ão num cantinho doce e especial do seu coração. Da minha parte, em Setembro, a minha amargura estará ao rubro: estarei desempregada, sem escola, sem ordenado com 1001 perguntas a atormentarem-me a cabeça: «- Quando é que serei colocada?»; «-A quantos quilómetros ficarei de casa?»; «- Quantas horas irei leccionar?»; «- Com que vencimento?». Os dias suceder-se-ão num rosário de tristezas que lembra o condenado à morte, a caminho da cadeira eléctrica. Até quando? Continuo a perguntar eu. Até quando? Sei que não sou a única e que milhares de Professores sofrem na pele a injustiça de um sistema de contratação que não faz qualquer sentido, mas a cada ano que passa sinto que estou a chegar ao meu limite. Gosto muito de dar aulas e sou uma profissional competente, não preciso de estar aqui com falsas modéstias. Mas estou tão farta. Ei, psssttt, pssstttt!!! Sim, sim, vocês que me lêem. Alguém por aí conhece a Ministra da Educação e lhe faz chegar esta minha tristeza? Digam-lhe que http://aspalavrasnuncatedirei.blogs.sapo.pt é uma professora que adora aquilo que faz e  que apenas quer trabalhar, dar continuidade aos projectos que inicia, ter a alegria de levá-los até ao fim, prosseguir com os mesmos alunos e não ter que  abandoná-los quando eles finalmente estão em “ponto de rebuçado”, sentir a tranquilidade de pertencer ao quadro do sistema de ensino e nunca mais estar desempregada. Digam ainda que trabalho com rigor mas com um sorriso nos lábios, até mesmo quando choro por dentro, digam que não falto, já dei aulas com 40 graus de febre e já levei um dos meus filhos doentes para a escola, só para não prejudicar os meus alunos. Estou cansada. Farta. Ainda estamos em Junho e já estou a sofrer por antecipação.

 

Morte Lenta

por aspalavrasnuncatedirei, em 02.06.07

 

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A casa onde nasci, brinquei, cresci durante 25 anos, hoje foi fechada. Fechou-se a porta à chave, trancaram-se as janelas e adeus… até nunca mais. Nunca aquela casa me pareceu tão grande, nunca me pareceu tão vazia. Sentei-me no chão frio. A primeira recordação que me assaltou remonta aos meus três anos, ainda me lembro dos gritos dos meus pais naquela noite em que se separaram. Seguiram-se anos de crescimento feliz, mas apenas com a minha mãe. Não esqueci a solidão dos Natais, nem os dias de aniversário, pendurada na janela à espera que o meu pai se lembrasse que um dia, naquele dia, lhe nascera uma filha. Lembro-me dos primeiros trabalhos de casa, de aprender a fazer sopa, de namorar horas ao telefone, de passar tardes infinitas na varanda com a Dulce. Saí para a faculdade, regressando apenas aos fins-de-semana, regressei então, 4 anos depois, e aquela continuava a ser a minha casa, o melhor lugar do mundo. Saí definitivamente quando casei. Vestida de branco, de "véu e grinalda", bonita como provavelmente nunca mais voltei a ser, cheia de sonhos, cheia de expectativas. Durante 7 anos ali entrei para visitar e mimar a minha mãe, e para os almoços de Domingo. Os meus filhos nasceram, cresceram, e rapidamente descobriram o prazer daquele terraço, o mesmo onde aprendi a subir às árvores, aos telhados das capoeiras, a andar de bicicleta, a jogar à bola, como boa Maria-Rapaz que era. Quando a minha vida se virou de pernas para o ar, e quando a minha Casa de Bonecas se transformou na casa de Hansel e Grettel, agarrei nos meus filhos e fui para lá viver. A casa perdera o encanto, já não era um lar… era um abrigo, já não era um ninho, era um esconderijo, já não era a minha casa, era a casa da minha mãe. Lá dentro procurei reerguer a minha vida, encontrar-lhe um novo sentido…mas não fui capaz. Hoje tive que arrumar, encaixotar alguns objectos que pertenceram ao meu passado e que contribuíram para o que sou no presente. E chorei… chorei como há muito tempo não chorava, chorei por tudo o que ali vivi, por tudo o que estou a viver, e principalmente chorei com medo do que ainda tenho para viver. E ao trancar a porta, ao virar as costas, senti que hoje… morri mais um bocadinho.

 

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