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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

Estou farta de ti!

por aspalavrasnuncatedirei, em 30.05.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

 

Estou farta de ti! Farta de acordar e ver logo essa tua cara imaginária, escarrapachada na minha almofada. Farta de te sentir na água e no gel que me lavam o corpo. Estou farta de te tactear no cetim do meu vestido e na pele dos meus sapatos. Estou farta de te barrar nas minhas torradas, farta de te beber no meu sumo de laranja e de te saborear no amargo do meu café. Estou tão farta de ti! Farta de entrar o carro e te ver lá dentro, de te ouvir nas músicas do meu leitor de CD, até no vermelho do semáforo vejo essa tua cara redonda. Estou farta de ti! Farta de te ver nos homens com que me cruzo, nos sorrisos com que me encanto, nos placards de publicidade, nas páginas dos jornais, nos ecrãs da TV. E quando chego ao trabalho lá estás tu nos papéis que escrevo, nos livros que leio, nas histórias que ensino. Quando o meu dia chega ao fim, persistes, insistes e não te vais embora. Vejo-te na solidão da minha noite, no vazio da minha cama, no frio dos meus lençóis. Estou cansada de te sonhar, de te esperar, de te desejar, de te querer e não te ter. Estou farta de ti… Estou farta de ti…. ESTOU FARTA DE TI!!!!

 

 

 

 

As Mulheres São Como as Flores

por aspalavrasnuncatedirei, em 29.05.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

Há Mulheres sem encanto, sem beleza, sem aroma próprio, são uma espécie de Sardinheiras, crescem naturalmente sozinhas sem precisarem de grandes cuidados, a não ser aqueles que a Natureza se encarrega de providenciar. São por isso resistentes, tesas, e não se deixam destruir por qualquer intempérie. Há Mulheres que são como as Espigas, por muito que te esforces e as trates bem, são secas, altivas, desprovidas de uma manifestação de afecto. Há Mulheres que são como as Azedas, quando as vês ao longe dão-te a sensação que são amorosas e delicadas, mas quando as provas... são puro vinagre... são puro veneno. Há Mulheres que são como a Hera, trepam vertiginosamente pelos teus alicerces e quando dás por isso já te absorveram completamente a estrutura. Há ainda as Mulheres Cactos, vivem para te fazer mal, para te magoar e mesmo depois de desaparecerem da tua vida, continuam ainda a tentar espetar-te. Há Mulheres que são como os Jarros, parecem ter um espírito muito aberto, muito liberal, mas há medida que o tempo vai passando, vão-te afunilando até não conseguires respirar. Há Mulheres que são como as Margaridas, bonitas, têm uma função meramente decorativa, não dão trabalho, não cheiram bem, mas também, ninguém é perfeito. Temos ainda a Mulher Violeta, detentoras de uma beleza misteriosa, jamais as poderás possuir, porque ao arrancá-las ao habitat natural, morrem. Temos ainda a Mulher Flor-de-Laranjeira, que é casta, virgem, cândida, pura e existe apenas em algumas estufas onde os jardineiros lutam estoicamente para que não se extinga. Há Mulheres que são como os Amores-Perfeitos, mas são tão pequenas e rasteirinhas que os homens nem dão pela sua presença. Há Mulheres que são como os Lírios, apresentam uma beleza singular, têm um porte elegante, emanam um aroma envolvente, transmitem-te uma doce sensação de paz, doçura e tranquilidade, e são por isso perfeitas. Last but not the least a Mulher Malmequere, nunca sabes se-te-quer-muito, se-te-quer-pouco, ou se-não-te-quer-nada.

 

 

Os Homens São Como as Flores

por aspalavrasnuncatedirei, em 28.05.07

 

Há Homens sem graça, sem brilho, sem luminosidade, sem perfume, são uma espécie Ervas Daninhas, podem ser encontrados por todo o lado, reproduzem-se com extrema facilidade, mas nada têm de especial. Há Homens que são como as Urtigas, mal te aproximas provocam-te uma alergia tal que ficas logo cheia de comichão e não descansas enquanto não te livras deles. Há Homens como Papoilas, facilmente te deixas absorver, rapidamente te deixas extasiar e quando dás por isso estás completamente viciada no seu ópio. Há Homens como as Camélias, possuidores de uma grande doçura, mas mal lhes tocas, ficas com as mãos pegajosas com uma sensação de mal-estar só comparável ao Homem Urtiga. Há Homens que são como Cravos de Abril, são símbolos vivos de liberdade, mas não os consegues alcançar nem por nada, e andam por aí, sempre a saltitar de espingarda em espingarda. Há Homens como os Girassóis, têm a mulher da vida deles, mesmo ali ao lado, e continuam a rodar a cabeça à procura do sol noutras direcções. Há Homens como os Narcisos, só pensam neles, só olham para o seu umbigo, só vêem a beleza que deles emana. Há Homens como as Orquídeas, são frágeis, singelos, precisam de ser tratados com muita delicadeza e carinho. Há Homens que são como as Rosas, uns, de cor vermelha, simbolizam o amor, a paixão, perdes-te no seu doce aroma, na sua beleza, na sua suave textura, outros, correspondentes à cor branca, são puros, amigos, protectores, cheios de candura, podes contar com o seu apoio em todos os momentos da tua vida, e tanto num caso como no outro, são pessoas que te fazem feliz. E há Homens que são como os Trevos de quatro folhas… são raros… sabes que existem… mas não tens a sorte de encontrar nenhum.

 

 

Preciso de Ti

por aspalavrasnuncatedirei, em 27.05.07

 

Imagem de Claude Tenot

Preciso de ti. Por nenhuma razão em especial. Apenas por tudo, apenas por nada. Preciso desse sorriso, que se te acende no rosto e me ilumina os dias. Preciso de me encontrar no brilho dos teus olhos faroleiros que me fazem rumar ao cais onde te escondes. Preciso de ti… de deitar a cabeça no teu peito e ouvir o tic tac de um coração que trabalha com a precisão de um relógio suíço. Preciso de te ouvir gemer baixinho o meu nome em doces ecos surdos. Quero adormecer no teu colo e repousar em ti este permanente cansaço. Preciso de ti… porque a minha alma já não me pertence, abandonou-me e habita descaradamente na tua. Preciso que abandones todos os medos e dúvidas e que te deites ao meu lado, que me abraces de forma carinhosa e protectora. E amanhã, quando eu acordar… preciso que estejas exactamente no mesmo sítio.

 

Baloiço

por aspalavrasnuncatedirei, em 26.05.07

 

Imagem Retirada da Internet

Há momentos em que a vida se assemelha a um baloiço. Por vezes, tens os pés bem assentes na terra, não andas nem para a frente, nem para trás, fazes movimentos giratórios, aproveitas a doce sensação de calma e de tranquilidade sem saíres do mesmo sítio. Há situações, em que, timidamente, começas a ganhar balanço e ora avanças, ora recuas, quando vais para a frente não fazes conquistas extraordinárias, mas quando retrocedes também não perdes muito. No entanto, há dias em que resolves dar balanço e ver até onde consegues ir, decides perceber como será a sensação do vento a beijar-te o cabelo, decides que queres conhecer a sensação de um pássaro que voa em liberdade, queres ter os raios de sol aquecer-te o rosto, queres voltar a sentir a alegria espontânea de uma criança pequena, e aí, o céu é o limite. Mesmo nos momentos em que o baloiço vai atrás, sabes que é apenas para continuar a ganhar balanço, para cada vez, poderes voar mais alto. E este é um prazer que só consegues saborear sozinha. Porque quando tens alguém atrás de ti a empurrar o baloiço, podes ter exactamente as mesmas sensações de bem estar, sentir que estás a partilhar uma brincadeira, no entanto, no teu íntimo, sabes que perdes a independência de brincar como muito bem te apetece, estás sempre receosa que essa pessoa deixe de te empurrar, ou então, que te abandone no parque sozinha, ou pior, que te empurre com uma violência tão grande que te faça cair no chão sem dó nem piedade. Na vida, como no baloiço, há que impor o ritmo que é o ideal para nós, há momentos para voar radicalmente, até que a corrente não estique mais, há momentos para baloiçar preguiçosamente e saborear, há momentos para parar e pensar como se quer conduzir a nossa vida. Simplesmente isso: Parar e pensar!

 

 

 

 

Tudo O Que Não Tivemos

por aspalavrasnuncatedirei, em 26.05.07

 

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Imagem Retirada da Internet

O que mais dói quando se ama alguém é imaginar tudo aquilo que não conseguimos realizar juntos. O que vivemos é um tesouro que nunca se apaga da memória, mas é o que não construímos que nos entristece e mata. Como vives ensombrado de dúvidas e tens muito jeito para inventar desculpas inteligentes, costumas dizer que não nos conhecemos no momento certo e que tudo seria diferente se nos tivéssemos cruzado mais cedo. Mas ambos sabemos que não é assim. Ambos sabemos que o medo e a vontade há muito que lutam por governar o mundo e o coração dos homens, numa batalha surda onde só há vencidos. Ambos sabemos que tens medo de mim e medo de ser feliz. (…) Não tens saudades de ser livre e seguir o teu coração? (…) Eu tenho saudades do que não vivi contigo.

Vou Contar-te Um Segredo, Margarida Rebelo Pinto

 

 

Amor Perfeito

por aspalavrasnuncatedirei, em 25.05.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

Quero um amor perfeito, e como perfeição é coisa que não existe, também não encontro este tipo de amor. O problema é que eu acho que até nem sou muito exigente. Ora vejamos: não quero um amor a meio-gás, a meia-chama, a meio-da-agenda. Quero alguém que realmente se entregue, que se preocupe comigo e, acima de tudo, que me faça sentir que sou a mulher da sua vida. Quero que, ao acordar, olhe para mim e me ache linda, mesmo despenteada, sem batom, sem uma roupa xpto, e nesse momento, me acorde com um beijo apaixonado. Quero abrir os olhos e vê-lo de barba feita, com o perfume do After Shave a envolver-me, toalha enrolada à cintura, sorriso sedutor de “Bom Dia Amor!”. Quero ver ao fundo da cama um tabuleiro com um copo de sumo de laranja natural, acompanhado, nada mais, nada menos, de uma magnífica rosa vermelha. Quero tomar banho com alguém que me encha de espuma e faça da sua boca a mais suave das esponjas. Quero ir trabalhar e ser mimada com telefonemas rápidos mas saudosos e, SMS pirosos. Quero chegar ao fim do dia e partilhar as rotinas: ele descasca as batatas, eu lavo-lhe as mãos e enxugo-as delicadamente ao tecido do meu vestido; ele tempera a carne, eu saboreio-lhe dos dedos o sal e o acre do limão; ele faz a mousse, eu deixo-a cair “sem querer” no V do meu decote. Ele lava a loiça, eu abraço-o, pelas costas (para o incentivar), e encho-lhe o pescoço e as orelhas de beijos. No final da noite, ele abre a cama e eu revoluciono os lençóis. E para que não digam que eu não faço nada, eu visto uma camisa de noite, transparente, preta, de cetim, e ele… tira-a. Será que é pedir muito? Serei assim tão exigente?

 

 

Amor de Papel

por aspalavrasnuncatedirei, em 23.05.07

 

Imagem: Ugly

Cheguei a casa com as tuas flores de papel presas no coração. (…) É assim que me sinto quando penso em ti, na tua alegria, generosidade e beleza, mesmo que o nosso amor seja feito de papel como estas flores. Não precisamos de o regar todos os dias, nem de o adubar, nem de lhe cortar os caules. Nem sequer precisamos de água: o nosso amor é quase imaterial, tu aí e eu aqui. (…) É um amor de papel, frágil e opaco, leve e branco, feito de ideias, de sonhos, de esperança e de muitas cores por pintar. Um amor sem planos nem projectos, quase adolescente, intenso, puro e perfeito. Que não precisa de provas nem de palavras.(…) O nosso amor é de papel como as flores que me deste, e no papel há-de ficar, para sempre escrito nas minhas palavras (…) Amar é como plantar uma semente e tu já plantaste a tua no meu coração.

Vou Contar-te Um Segredo, Margarida Rebelo Pinto

 

Palavras

por aspalavrasnuncatedirei, em 23.05.07

  

Anne Gueddes

 

«Há palavras que nos beijam/Como se tivessem boca» disse sabiamente Alexandre O’ Neil. Como professora tenho uma relação estreita com as palavras, gosto de as saborear, usá-las com discernimento e sapiência. Gosto da musicalidade e do significado de vocábulos como «pantufinhas», «fantástico», «ternura» «desejo», «elegante», «sedutor», «sussurrar», «apaixonado», «magia», «mãe» «anjo», «puro», «singelo», «mar», «carinho». Não suporto palavrões, ferem-me os ouvidos, são de mau tom e de mau gosto. Não gosto de «bué» (que raio de moda esta, e o pior, é que veio para ficar), nem de estrangeirismos, a nossa língua é tão vasta e tão rica, temos inúmeros significados para cada um dos termos, por alma de quem é que importamos expressões oriundas de outros países? Não gosto de «ódio», «raiva», «ciúmes», «inveja», «ordinário», «mesquinho», «dependência», «política», «morte»… enfim a lista é interminável. Mas as palavras que mais me custam ouvir são «-Mamã, quando é que vens para casa brincar connosco? Temos Saudades». Tenho trabalhado tanto… aulas de dia, aulas de noite, preparação das mesmas, reuniões, formações, preparação da apresentação do projecto final do curso de Educação e Formação de Adultos, explicações, duas horas e meia de viagens, a casa, os miúdos, eu… (eu??? Qual eu???). Digo muitas vezes, meio a sério, meio a brincar, que se sobreviver a este ano lectivo, com todas as implicações pessoais e profissionais que o envolveram, sobrevivo a tudo e que nada mais me deitará abaixo. E eu sei que sobrevivo, «Aquilo que não nos mata… deixa-nos mais fortes».

 

Apetecia-me

por aspalavrasnuncatedirei, em 21.05.07

Imagem Retirada da Internet

Apetecia-me… flutuar como uma bola de sabão multicor, vaguear pelo azul do céu e ir ao teu encontro. Apetecia-me… enrolar, como um bicho-de-conta, e aninhar o meu corpo no teu, ignorar os problemas, esquecer a vida, imaginar que na face da terra existo apenas eu, existes apenas tu. Apetecia-me… abraçar-te e poder fazer do meu colo uma tranquila Pousada onde pudesses descansar todo o teu cansaço, todas as conquistas, as triunfais e as menos felizes, todas aquelas chatices que no dia-a-dia se apoderam de ti. Apetecia-me… dar-te um longo beijo, daqueles que se iniciam no lóbulo da tua orelha, e que continuam lentamente, percorrendo todo o teu corpo até terminarem nos dedos dos teus pés. Apetecia-me… despir de preconceitos, de ideias feitas, e entregar-te numa dádiva de amor, o meu corpo nu e puro. Apetecia-me… dizer que te adoro e que apesar  dos meus erros, das minhas indecisões, das minhas imperfeições, dos meus avanços e recuos, é só em ti que me perco, mas também que me encontro, que me cumpro como pessoa, como mulher, e que é só contigo, que me sinto completa.

 

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