“Sei que me amas, sabes que te amo, mas pelos vistos, não foi suficiente”.
Perdi-te nessa estrada, que é a vida, cheia de perigos e curvas, que não soube entender. Tinha a carta há pouco tempo e não entendi os sinais. E, por isso, sabes o que me aconteceu? Derrapei. Despistei-me. Bati num muro construído por ti, num momento em que conduzia a 250kms/hora. Agora recolho os destroços desse acidente de amor. Sabes como me sinto? Recauchutada! Fui obrigada a recolher os destroços que sobraram de mim… e não sobrou muita coisa…um bocadinho de saudade aqui, um bocadinho de mágoa ali, um pouco de desilusão acolá e, um bocadinho de dor e de amor … por todo o lado.
Conhecem a sensação de que a vida é uma casca de noz a boiar perdida em alto mar? Pois é, hoje sinto-me assim. Mas acredito que o mar onde navego me vai fazer atracar num porto seguro (mas também sei que corro o risco de naufragar). Enquanto a viagem dura… vou aprendendo! E lendo Paulo Coelho!!!
Sempre que me sentia dono da situação, alguma coisa acontecia, e me atirava para baixo. Perguntava-me: Porquê? Será que estou condenado a chegar sempre perto, mas jamais cruzar a linha de chegada? Será que Deus é tão cruel, a ponto de me fazer ver as palmeiras no horizonte, só para me matar a sede no meio do deserto?
Demorei muito para entender que não era bem isso. Há coisas que são colocadas nas nossas vidas para nos reconduzir ao verdadeiro caminho da nossa Lenda Pessoal. Outras surgem para que possamos aplicar tudo o que aprendemos. E, finalmente, algumas chegam para nos ensinar.
Querida Sandra. É por isso que nunca nos amámos em total e clara revelação, penso agora. Pelo menos não me lembro. Sei de cor o teu corpo, mas justamente de cor e não quanto profundamente o amei. Mas quando foi que eu mais te amei? E de súbito lembro-me de que foi quando te perdi, quando separaste do meu, o teu destino.