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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

Amigorados, Esposorados e Amantosas

por aspalavrasnuncatedirei, em 30.04.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

Para sobreviver à perda, alguns dependentes afectivos inventam uma aberração amorosa que não é uma coisa nem outra: “amigorado”, que é uma mistura com mais do primeiro e menos do segundo, ainda que isso possa variar. Não tardarão a aparecer variações sobre o mesmo tema. É possível que comecemos a ver “esposorados” (esposos que parecem namorados), “amantosas” (uma mistura de amante e esposa) e outras experiências afectivas que permitem manter a ilusão de um encanto que já não existe.

Convertermo-nos em amantes da pessoa amada, com a desculpa de não desejarmos afastar-nos completamente é a pior das decisões. Não só impedimos a consumação do luto, como perpetuamos o sofrimento por tempo indeterminado. E se a relação era muito má ou pouco conveniente, pior ainda, porque desperdiçámos uma boa oportunidade de terminar de uma vez por todas com essa tortura.

 

Amar ou Depender, Walter Riso

 

 

 

Ciúmes

por aspalavrasnuncatedirei, em 29.04.07

 

Imagem Retirada da Internet

 

 

 

 

Por sua natureza e seus efeitos, o ciúme aproxima-se da inveja. Porém, entre ciúme e inveja existem algumas diferenças. Na inveja, sentimos que alguém possui um bem que desejamos ter, enquanto que no ciúme defendemos um bem que julgamos ser nosso e que não desejamos partilhar com ninguém. (Pierre Charon)

 

 

Os ciumentos olham para tudo com lentes de aumentar, os quais engrandecem as coisas pequenas, agigantam os anões e fazem com que as suspeitas pareçam verdades. (Cervantes)

 

 

De todas as enfermidades que acometem o espírito, o ciúme é aquela a que tudo serve de alimento e nada serve de remédio. (Montaigne)

 

 

O ciúme, o receio de deixar, o medo de ser deixado são as dores inseparáveis do declínio do amor. (La Rochefoucauld)

 

 

O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele. (La Rochefoucauld)            

 

 

O ciúme é o meio-termo entre o amor e o ódio. (Commerson)

Baú

por aspalavrasnuncatedirei, em 28.04.07

 

          Hoje abri  aquele Baú antigo, de madeira velha, carunchosa, onde guardo as minhas memórias. Lá dentro estão pequenos retalhos da minha vida, momentos que não deixo o tempo apagar e imortalizo através de pequenos objectos.

         Tenho as cartas de amor da escola primária, cheias de corações foleiros e erros ortográficos; o bilhete de cinema, daquela noite de Verão onde provei o primeiro beijo; o primeiro urso de peluche, piroso, onde se vislumbram ainda os resquícios daquilo que foi um ‘I Love You’ oferecido por um admirador de nome esquecido.

          Tenho ainda guardado, muitos outros segredos, por isso, há muito tempo que não abria o Baú, porque… tinha medo.

          Medo daquilo que eu sabia que iria desenterrar. Abri-lo era encontrar-te. Reler as tuas cartas era voltar a ouvir o som da tua voz que falava do teu amor por mim, dos teus planos para o futuro, para o nosso futuro, e por um momento, ver as tuas fotografias era voltar a perder-me no teu sorriso sedutor. O vulcão que nos últimos anos tentei adormecer, entrou novamente em erupção.

          Encontrei lá dentro vestígios da nossa vida em comum: o bilhete do primeiro concerto a que assistimos, uma concha que me ofereceste quando me levaste a primeira vez à praia; o frasco vazio do perfume que me ofereceste, o prospecto daquela viagem que fizémos que publicitava a região, fazendo referência às suas tonalidades «cromânticas»; a rosa de plástico, hoje já cheia de bolor, que um Indiano te convenceu a comprar naquela noite do meu aniversário. Sabes…tenho até guardado o pacote de açúcar da primeira vez que me convidaste para tomar café, junto ao lago, povoado por crianças ranhosas de sorrisos felizes.

          Ardi de desespero e de saudade, coloquei rapidamente o cadeado no Baú e regressei à minha realidade, disfarçando a minha agonia. Tudo o que queria era reduzir o meu tamanho, como a Alice no País das Maravilhas, queria encolher para morar dentro daquela caixinha, porque só ali, nas tuas recordações, é que o meu coração voltou a bater.

Viver/Existir

por aspalavrasnuncatedirei, em 27.04.07

 

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Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas limita-se a existir, apenas isso. (Oscar Wilde)

                                                                                                                                                                                                

 

À Tua Espera...

por aspalavrasnuncatedirei, em 26.04.07

 

 

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Observo a paisagem da minha janela e vejo a chuva cair lá fora sobre as pessoas tristes. Estão paradas a pensar na tristeza das suas vidas, no vazio das suas relações. Talvez eu esteja também a evitar que as marcas de um grande amor me transformem. Esta noite tu estás na minha mente, nas minhas memórias e... não o sabes. Estou cansado. Estou tão cansado! Tenho sede e fome do teu amor, do teu tempo, mas sem ter como saciar estes desejos. Onde estás? Como estás? Com quem estás? Fazes ideia do quanto preciso de te ver a deslizar por aqui? Imaginas o quanto gosto de ti? Sou muito jovem para me manter preso a este amor e muito velho para me libertar e correr por esse mundo fora. Engraçado… às vezes um homem tem que acordar para descobrir que na realidade está tão só. Espero por ti ardendo de saudade e desejo. Alguma vez terei a teu doce rosto de volta? Oh Amor, estou à tua espera… mas já é tão tarde… Estou solitário nesta casa, com a cama feita, os lençóis imaculados prontos para te receber. A janela aberta deixa a chuva entrar. Fecho-a, olho para o fim da rua à espera de ver a sombra da tua imagem na minha direcção. Nada vejo. Deito-me na minha/nossa cama. O meu corpo rebola-se e anseia por dormir mas o sono nunca mais vem. E tu também não…

 

Texto Inspirado em Jamie Cullum - Lover, You Should Have Come Over

 

Pedras

por aspalavrasnuncatedirei, em 26.04.07

 

Castelo de Montalegre

 

Pedras no caminho? Eu guardo-as todas! Um dia ainda vou construir um castelo.

 

Nemo Nox

 

Dança Privada

por aspalavrasnuncatedirei, em 25.04.07

 

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As mesmas caras sem luminosidade, os mesmos corpos disformes, as mesmas roupas caríssimas, o mesmo cheiro insuportável. Vêm a lugares como este à procura de algo que apimente e justifique a sua patética existência. Procuram sentir-se donos de algo, ou de alguém, já que as rédeas do destino e da vida, escapam-lhes por entre os dedos. Pagam por algo que deveriam receber gratuitamente e por amor. Quando aqui chegam, apenas danço, finjo que os seduzo, dou-lhes prazer como se fosse a única coisa que importa. Claro… pagam para isso! Não pergunto como se chamam, quem são, não os olho nos olhos, não os beijo na boca. Não penso neles como pessoas, não penso neles como seres humanos, acho que não penso neles absolutamente. Concentro-me no dinheiro. Fixo os olhos no candeeiro do tecto. E danço maquinalmente a dança do sexo. Apenas o fim do espectáculo me interessa e como Bailarina de Luxo danço ao ritmo que me é imposto. Pedem-me uma música, não importa de quem ou de que estilo, limito-me a movimentar nesta dança de troca de favores: Tu dás-me dinheiro eu dou-te a decadente ilusão do prazer. Mas um dia… vou ganhar um milhão de dólares, viver perto do mar, ter uma família. Nessa altura dançarei apenas músicas de amor e os movimentos serão ditados pelo afecto. Até lá não passo de uma Private Dancer.

Texto Inspirado no Tema de Tina Turner – “Private Dancer”

 

 

 

 

Pensamento do Dia

por aspalavrasnuncatedirei, em 25.04.07

 

amor.jpg

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O Amor não é o que queremos sentir, o Amor é o que sentimos sem querer!

 

Crazy Horse

por aspalavrasnuncatedirei, em 25.04.07

 

Recentemente assisti, no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa, ao espectáculo Crazy Horse de Paris. Durante 90 minutos 12 belíssimas mulheres “transpiraram” beleza, elegância, sensualidade e erotismo. Há um grande rigor na selecção destas bailarinas, uma vez que, naquela companhia não há lugar para silicone, plásticas ou qualquer outro tipo de retoques artificiais. Todas elas são apanágio de beleza natural. No final do espectáculo foi divertido reparar no ar comum dos Homens (tipo cão de Pavlov) e as Mulheres verdes de inveja (eu inclusive). A não perder!

Vida Encaixotada

por aspalavrasnuncatedirei, em 25.04.07

 

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Entrei no quarto, no nosso quarto, e vi que estavas a fazer a mala. Vi as lágrimas frias correrem de par em par no teu rosto. Fiquei gelado. Disseste que ias embora… que estavas cansada…, e o pior de tudo, que não eras feliz. Senti todo o meu mundo ruir como um castelo de cartas. De repente, sem mais nem porquê, abriu-se o chão debaixo dos meus pés, e eu (como nos buracos negros dos pesadelos que nos atacam de noite) caía…caía… e nunca mais chegava ao fundo. Colocaste dentro da mala, anos e anos do meu amor por ti. De lágrimas e de sorrisos. Colocaste lá dentro os sonhos realizados e por realizar. As conquistas e as derrotas de uma vida a dois. Puseste num cantinho, bem arrumado, todas as nossas férias, as nossas viagens, todos os destinos. Numa outra ponta, cautelosamente, guardaste o nascimento e o riso de duas crianças que encheram a nossa vida de cor. Lá estavam todos os beijos de “Bom Dia”, todos os afagos de “Boa Noite”. Todos os Natais e datas festivas. Todas as fotografias. Guardaste ainda os dias de chuva a preguiçar no sofá; as tardes de esplanada a comer caracóis picantes e a beber imperiais geladas; os filmes ao serão, aquecidos pelo lume da lareira a crepitar; os passeios à beira-mar. Mas… sabes…sabes o que mais me doeu? O que mais me magoou? Foi ver-te fechar a mala, protegê-la com um cadeado e… guardá-la no sótão. Não levaste contigo a mala que continha as recordações nossa vida…

 

 

 

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