Às vezes apetece-me evadir do meu dia a dia e refugiar-me num lugar mágico. Após a descoberta do livro Equador, de Miguel Sousa Tavares, cuja leitura recomendo veemente, fiquei com uma enorme vontade de conhecer S. Tomé e Príncipe. As descrições das paisagens, das relações pessoais, a visualização do universo histórico fazem desta obra um marco da Literatura Portuguesa. Que bom que seria meter-me dentro do Evasão deMichel Tornier e soltar amarras rumo ao Atlântico para conhecer este cenário idílico descrito deforma sublime eque nos faz lembrar, com o devido respeito,o estilo literário de Eça de Queirós.
(...) não pôde evitar deter-se à vista daquela paisagem deslumbrante. Uma areia branca, apenas salpicada por alguns cocos caídos, bocados da casca ou folhas dos coqueiros que envolviam toda a praia, em forma de concha, estendia-se em suave inclinação até a espuma quieta das ondas que vinham morrer na areia e que, mesmo na rebentação, eram transparentes, como todo o mar diante de si. Lá do alto da colina podia distinguir perfeitamente o fundo do mar até uns cinquenta metros da praia, as sombras das rochas submersas, as sombras deslizantes de algumas tartarugas que nadavam junto à praia, a cor dos peixes, das anémonas e das algas. (...) Era como se o Universo inteiro tivesse parado ali e ele tivesse vindo dar à costa, sobrevivente de algum naufrágio, onde ele resvalara no sono, aterrando naquela praia, onde parecia que nunca antes ser humano algum tinha estado.
Aprendi que o meu pai pode dizer vários palavrões e eu não posso. (8 anos) Aprendi que minha professora chama-me sempre quando eu não sei a resposta. (9 anos) Aprendi que os meus melhores amigos são sempre os que me metem em confusões. (11 anos) Aprendi que, se tenho problemas na escola, tenho ainda mais, em casa. (12 anos) Aprendi que não devo descarregar as frustrações nomeu irmão mais novo, porque o meu pai tem frustrações maiores e a mão mais pesada. (15 anos) Aprendi que nunca devo elogiar a comida de minha mãe, quando estou a comer alguma coisa que minha mulher cozinhou. (25 anos) Aprendi que num minuto posso fazer algo que me vai dar dores de cabeça o resto da vida. (29 anos) Aprendi que quando minha mulher e eu temos, finalmente, uma noite sem as crianças, passamos a maior parte do tempo a falar delas. (35 anos) Aprendi que os casais que não têm filhos, sabem melhor como se deve educá-los. (37 anos) Aprendi que é mais fácil fazer amigos do que nos livrarmos deles. (40 anos) Aprendi que mulheres gostam de receber flores, especialmente sem nenhum motivo,e que não se deve esperar chegar a esta idade para reconhecer que FLORES para quem se AMA faz bem, de vez e sempre! (42 anos) Aprendi que não cometo muitos erros quando tenho a boca fechada. (44 anos) Aprendi que existem duas coisas essenciais para um casamento feliz: contas bancárias e quartos separados. (44 anos) Aprendi que casar por dinheiro é a maneira mais difícil de conseguí-lo. (47 anos) Aprendi que se pode fazer alguém feliz, simplesmente mandando-lhe um pequeno cartão. (48 anos) Aprendi que crianças e avós são aliados naturais. (50 anos) Aprendi que quando chego atrasado ao trabalho, o meu patrão chega cedo. (51 anos) Aprendi que é bom aproveitar o sucesso, mas que não se deve acreditar muito nele. (57 anos) Aprendi que não posso mudar o que passou, mas posso deixar o passado para trás. (63 anos) Aprendi que a maioria das coisas com que me preocupo nunca acontecem. (64 anos) Aprendi que esperar a reformar para então começar a viver, é esperar tempo demais. (67 anos) Aprendi que nunca se deve ir para cama sem resolver uma briga. (71 anos) Aprendi que quando as coisas vão mal, eu não tenho que ir com elas. (72 anos) Aprendi que amei menos do que deveria. (88 anos) Aprendi que tenho muito a aprender. (90 anos)
Como pais, cônjuges e entes queridos, procurem não fazer do vosso amor uma cola que fixa, mas um íman que primeiro atrai e depois vira-se e repele, para que os que se sentem atraídos não comecem a achar que devem colar-se a vocês para sobreviverem. Nada poderia estar longe da verdade. Nada poderia ser mais prejudicial para uns e para outros.
Deixem que o vosso amor catapulte os vossos entes queridos para o mundo – e para a plena experiência de quem eles realmente são. Com isso estareis a amá-los verdadeiramente.