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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

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Há palavras que nunca chegam ao destino...fazem uma longa e amarga travessia pela solidão dos sentidos e morrem na escrita destas crónicas.

Hoje Acordei a Pensar em TI...

por aspalavrasnuncatedirei, em 14.05.09

  

 

Imagem Retirada da Internet

 

… no que fomos, no que vivemos, naquilo em que nos tornámos. Vi a pessoa por quem um dia me apaixonei, com os mesmos olhos com que um dia a amara. Lá estavam todos os pormenores, todas aquelas qualidades que aos olhos inocentes de quem gosta parecem sempre fascinantes, todos aqueles grandes obstáculos, que aos olhos de quem ama, parecem sempre pequenos. Fechei os olhos… para recordar o teu colo, onde me aninhava como um botão de rosa, senti a tua mão a acariciar-me os anéis do cabelo, os teus lábios macios a deslizar sobre a minha pele e ali ficava eu com as pétalas ao vento. Voltei a sentir tudo o que sentia quando me abraçavas – aquela sensação de que o mundo podia ruir lá fora que nada atormentaria o nosso amor aqui dentro. Hoje acordei a pensar em ti… nos teus hábitos, nas tuas rotinas que conheço de olhos vendados, a forma como saltas da cama, como fazes a barba, como retires as gotas de água da tua pele macia, a forma como te moves para vestir o teu corpo, o ritual da torrada molhada no leite, a forma como me beijavas ao dizer «-Bom dia!». Hoje acordei a pensar em ti… nos pequenos nadas que se tornaram diferenças colossais entre nós, nas pequenas insignificâncias que de tão pequenas que foram, minaram toda a grandeza de um grande amor. O que faríamos se o ponteiro do relógio voltasse atrás? Até onde o faríamos recuar? Quais os momentos que apagaríamos, quais aqueles que viveríamos mais intensamente? Quais os momentos que deixámos por viver? Olho para o meu relógio que marca um tempo tão distante do nosso tempo, esqueço-me dos minutos, dos segundos, deveres e compromissos. Fecho novamente os olhos… volto a ser um botão de rosa, hoje sem cor, sem brilho, amachucada pelos dias insanos e voo até ti para me aninhar e proteger no colo.  

 

 

 


VOCE NAO ME ENSINOU A TE ESQUECER - CAETANO VELOSO

5 comentários

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    De aspalavrasnuncatedirei a 18.05.2009 às 15:16

    Olá «Chefe»
    Eu acho que o mundo é feito de amor mas numa acepção muito mais lata do que o sentimento que une um homem a uma mulher.
    A minha vida é comandada pelo amor às pessoas que me são próprias, aos meus alunos, amigos, ao trabalho... se eu não amar alguma coisa que faça parte da minha vida dificilmente me sentirei bem.
    este texto não é aquilo que parece ser
    Beijinhos.
  • Sem imagem de perfil

    De Rui Duarte a 18.05.2009 às 18:41

    O texto pode não ser o que parece e sobre isto não me pronuncio, ainda que seja óbvio que falas de alguém - verdadeiro, imaginário - com quem compartilhaste a vida.

    No entanto, mesmo a propósito do amor em sentido lato de que falas, as palavras da Inês Pedrosa têm toda a pertinência: todo o amor é póstumo. Só quando sentimos a falta de alguém é que podemos saber que, de facto, o amamos.

    Quanto à temática, volto a dizer que é redundante: há mais vida para além do amor... ainda que o amor seja a coisa mais importante da vida. Tanta coisa que merece que nos debrucemos sobre ela!

    Um beijo

    RUI
  • Imagem de perfil

    De aspalavrasnuncatedirei a 18.05.2009 às 21:15

    Conforme já tive oportunidade de te explicar a mão que escreve todos estes posts é apenas uma representação da voz de muitas Mulheres Fantásticas que conheço, escrevo-o na primeira pessoa para lhe incutir a dose necessária de sentimento e emotividade.
    Quanto à Inês Pedrosa estou perfeitamente de acordo. Eu costumo dizer que só no fim das nossa vida teremos o discernimento suficiente para olhar para trás e perceber quem foi a pessoa que mais amámos, aquela que foi mais importante na nossa vida, ainda que hoje não o saibamos (ou o não queiramos saber).
    E agora... Chefe... fico à espera que me digas que «Tanta coisa» é essa «que merece que nos debrucemos sobre ela»
  • Sem imagem de perfil

    De Rui Duarte a 19.05.2009 às 08:59

    Perguntas-me que coisas merecem ser escritas, tu, que escreves? Não deixa de ser irónico!

    Percebo perfeitamente que uses um heterónimo em que englobes todas as mulheres a quem designas de fantásticas - a mão que escreve os teus posts . Porém, tu és uma dessas mulheres, não?
    Torna-se fácil diluirmos os nossos fantasmas no anonimato de um espectro, mas eles persistem em perseguir-nos.

    Agora, falando claro: gosto da tua escrita. Não te vou comparar a nenhum escritor porque a escrita para um blog é, necessariamente, diferente da literatura. Pode comparar-se a crónicas, a diários..., nunca a um conto, menos a um romance. Porém, é nessa simplicidade formal que ela ganha força: no poder de síntese, que tu manejas com mestria.

    Contudo, não há poder de síntese que aguente a recorrência temática - o amor e a sua ausência -, especialmente se for acompanhado de imagens também elas recorrentes - o vinho como néctar, as pétalas de rosa, a toalha à volta da cintura que teima em não cair ...

    Vê se me entendes: a minha filha mais velha gosta muito da Rita Guerra... e eu também, embora não pela mesma razão. Considero que tem um voz - não só a voz - robusta, quente, envolvente. Porém, como já tive ocasião de dizer à minha filha, a Rita Guerra só canta canções de amor, o tal que é eterno enquanto dura...


    Perguntas-me que coisas merecem ser escritas, tu, que escreves? Não deixa de ser irónico! Assim como é irónico chamares-me "chefe".


    Beijinhos, Sandra.

    Rui


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