Cosmic Girl
Acho que morri e fui para o céu, porque aquele episódio que me aconteceu ou foi um sonho ou uma alucinação. Não consigo encontrar nenhuma outra explicação. Lembro-me bem. Como poderia esquecer? Eram dezasseis horas e quinze minutos de uma tarde de Sábado, em pleno Inverno, estava eu a conduzir sem destino, como sempre faço, no meu descapotável, onde me exibo como um pavão vaidoso, quando de repente aterraste, linda e sedutora, num campo verde montanhoso. Eras diferente de todas as mulheres que tinha visto, ou conhecido, até então. Nem melhor, nem pior. Simplesmente diferente. Ficou claro que vinhas de um outro tempo, de um outro espaço e decididamente, de um outro planeta. Atingiste-me com um raio da tua luz, paralisaste-me com o veneno da tua boca, magnetizaste-me com as tuas mãos. Fiquei imóvel com o laser dos teus olhos cósmicos. O meu coração estava em gravidade zero mas o meu corpo, esse, começou a levitar e foi subindo… subindo até ao êxtase. Soltei um grito de admiração e prazer, transmitido pelas ondas magnéticas que inculcaste em mim. És mesmo cósmica! Varri todos os meus radares. Todas as minhas defesas. Sintonizei todas as minhas antenas para te captar. Curiosamente apesar de seres uma Cosmic Girl e vires de outra Galáxia tive a sorte de ser o primeiro ser terrestre que conheceste e quando te dei a provar o néctar que saía docemente…da minha boca… decidiste abandonar a tua nave, o teu planeta de algodão doce e entregar-te ao meu amor de prazeres terrenos.
Inspirado no tema, Cosmic Girl, de Jamiroquai